Leitura Adolescente – A Garota Americana

Emprestei o meu exemplar de “A Garota Americana” (Meg cabot) para a Ana no ano passado… (é, Ana, eu vou falar sobre o livro que você odiou). No dia seguinte, ela me devolveu o livro praticamente intacto e disse que não conseguiu ler.

Não que eu tenha ficado chateada ou qualquer coisa do tipo, eu só pensei: “Será que o livro é tão ruim assim?”. Mas depois eu entendi o porquê da Miss tragédia Ana não ter gostado e eu, sim… Eu definitivamente não me importo com o teor do livro. Muitas vezes é importante apenas que o autor saiba conduzir a história, sabendo fazer um desfecho condizente com todo o desenrolar da trama. Afinal, eu leio José de Alencar desde cedo. Não que o J.A. – vamos chamá-lo assim – seja um escritor ruim. Ele só é… Meloso demais. E abusa um pouco das descrições. Nada que seja realmente grave.

Como eu queria fazer a resenha de algum livro, sabe como é, pra colocar coisas mais úteis nesse blog, eu resolvi comentar a respeito desse livro que, por acaso,  é um livro que eu li três vezes.

“A Garota Americana acompanha o cotidiano de Samantha, uma típica garota americana, que leva uma vida muito parecida com a de tantas outras meninas de sua idade. Até que um dia resolve matar aula de arte e, por acaso, salva o presidente americano de uma tentativa de assassinato. Samantha logo vê sua vida virar de cabeça para baixo ao ser nomeada embaixadora da ONU, sem saber exatamente o que o cargo significa. Um romance muito inteligente e divertido sobre os problemas, desejos e anseios de uma garota americana, que bem poderia ser uma típica adolescente como muitas que conhecemos.”

Esse foi um livro que eu li bastante rápido. O descobri através de uma amiga que eu conheci pelo orkut e logo comprei sem medo de desgostar – eu ainda vou me dar muito mal por confiar tanto nas pessoas. É um livro que, apesar de ser um romance para adolescentes, é divertido e não é tão idiota a ponto de ter um “felizes para sempre” típico, ou um romancezinho de quinta.

Uma das primeiras coisas que eu considerei é que o foco principal do livro não é no romance. Aliás, esse é apenas um acessório. É um livro que fala mais da vida de uma estudante que se enganou a vida toda achando que o namorado da irmã é que era o cara ideal para ela. É como se ela tivesse presa dentro de uma ilusão e se deixasse levar pelas aparências. Afinal, o Jack era um dos únicos caras interessantes que ela conhecia – se não era realmente o único. E ele gostava de arte.

Outro ponto muito forte desse livro é a Sam. Uma adolescente com pensamentos hilários e como muita garota por aí. Tudo bem que ela é fantasiosa e desligada. Acha que certos problemas são a pior coisa do mundo, mas é exatamente assim que uma garota da idade dela pensaria. Afinal, não estamos falando de adultos precoces aqui.

Uma coisa que me chamou a atenção foi que, mesmo com um enredo um pouco fraco (esse lance de gostar do namorado da irmã e de salvar o Presidente dos EUA), o livro tem uma boa narrativa. Os fatos são bem conduzidos e o final não deixa nada a desejar – comparado ao resto dos acontecimentos.

Para quem quer uma leitura leve e cômica divertida, eis um livro bom. Sem falar que a narração em primeira pessoa é ótima.

Motivos para NÃO gostar

Porque eu preciso mesmo listar os pontos negativos… Para não dizerem que eu não avisei.

Tentando então avaliar criticamente o livro, eis os problemas que eu encontrei:

* O enredo é muito forçado.

Veja bem, não é que o enredo seja ruim. Na verdade é bom. Mas que é forçado mesmo, é. Sei lá, me pareceu um pouco estranho esse lance de salvar a vida de um Presidente que, por acaso, estava saindo de uma confeitaria ao lado do curso de desenho do filho (que por acaso [2] é colega da nossa protagonista no dito curso de desenho).

Muitas pessoas podem achar isso estranho, como eu já ouvi comentários.

Nem é um enredo que acrescenta em alguma coisa. A menos, é claro, que você esteja apaixonada pelo namorado da sua irmã e precise de um exemplo de como a coisa não dá certo.

* Samantha Madinson – A protagonista

Ei, ela é uma adolescente e aqueles que sabem como adolescentes apaixonados podem ser chatos sabem que uma adolescente apaixonada em um livro não é das coisas mais legais do mundo.

Além disso, ela ainda é muito imatura com todo aquele pensamento de “estou vestindo luto pela minha geração fútil”. Tudo bem, é uma intenção bonita, mas acho que ela poderia se vestir de preto sem um motivo que envolve os outros. Ela devia se vestir de preto por gostar de preto como eu e isso meio que demonstra o quão preocupada com a vida alheia ela tá. Embora muitas pessoas fúteis atrapalhem os projetos que ela gostaria de ver na escola.

* O fim não é uma tragédia

Ok, esse não é realmente um motivo muito bom para não gostar, mas, ainda sim, me sinto na obrigação de dizer que o livro é feliz.

Edit:

* A excessiva citação a marcas

Isso foi uma coisa que eu lembrei há pouco: há uma grande quantidade de marcas citadas no livro. Marcas de perfume, roupas, bolsas, revistas… É tanta citação que eu fiquei com nojo. Achei aquilo completamente dispensável, mesmo sendo um livro narrado por uma adolescente de quinze anos.

/Edit.

* Não consigo pensar em nenhum motivo mais. Depois, se eu lembrar, coloco aqui.

;D

3 pensamentos sobre “Leitura Adolescente – A Garota Americana

  1. […] Então, você não pode pegar um livro da Meg Cabot, sem esperar algo mais ou menos nesse estilo. Acredito que se aplica ao lado ruim desse livro, o que eu já disse dos livros Diário da Princesa e A Garota Americana. […]

  2. Acsa disse:

    O livro me parece ser interessante… não custa arriscar né 😉

  3. yolanda disse:

    Adorei o texto. Pena não ter visto antes.
    Mas to tentando acompanhar as publicações.

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