Eventos Otakus/SANA

Isso mesmo que você leu. SANA.

E eventos otakus.

Bom, considero-me uma “otaku” – na verdade, muitos afirmam que o termo certo para garotas que gostam de todo esse lance de cultura japonesa/animes/mangás seria “otome” – não porque eu, sei lá, quero a todo custo ser uma nerd ou porque eu queria me vangloriar de algo… Ou qualquer coisa do gênero. Eu gosto realmente de coisas japonesas e assisti bastante anime e já li bastante mangá pra saber a diferença entre um bom cosplay e um cosplay podre ou, sei lá, pra saber a diferença entre um shoujo e um shounen. Enfim.

Estive no fim de semana que passou (16, 17 e 18 de julho) nesse evento que acontece por aqui (Fortaleza, Ceará) chamado SANA, Super Amostra Nacional de Animes (aliás, esse foi outro motivo para eu não ter escrito nenhum post antes do que fala sobre o momento pós-copa do mundo e pós derrota do Brasil). E resolvi que escreveria sobre isso, porque eventos nerds de um modo geral acabam fazendo parte da nossa vida.

É legal você sair de casa e encontrar pessoas que gostam da mesma coisa que você e que sabem discutir com perfeição, sei lá, o quanto os persongens de Bleach podem simplesmente possuirem fãs sem que se saiba ao certo o porquê da afeição das pessoas por ele, ou como o Kishimoto é um completo babaca por conta da coisa irritante que Naruto está virando. Além de poder discutir sobre o fato de o Uchiha Sasuke ser um grande inútil e um grande, grande estúpido por conta de sua trajetória. Enfim.

Voltando ao Sana: durante os três dias de eventos tivemos exibições de animes, workshops, tenda eletrônica (só no sábado e no domingo), stands de vendas, cosplays, jogos, competições e não lembro de mais nada agora (aliás, comprei um botton que diz: “Penso, logo… Esqueço” – tirem suas conclusões).

Eu acho legal assistir anime em casa, mas é muito emcionate quando acontece aquelas cenas mais… com cara de ponto alto, de clímax mesmo, e você está em uma sala de exibição lotada, quando todo mundo começa a gritar, todos extasiados com a performance dos personagens… É uma coisa que eu mesma não sei descrever. É bonito quando todo mundo começa a gritar junto, emocionado, como se houvesse algo que os ligasse (e eu sei que é a emoção que liga todas as pessoas que estão no mesmo espaço, sendo expostos à mesma situação).

Eu acho interessante os workshops. Dá pra aprender coisas legais meio nerds que você dificilmente encontra por aí e quando encontra pode ser que seja condicionado por circunstâncias terrivelmente complicadas. Acho legal comprar produtos personalizados direcionados para o público que gosta daquelas histórias e animações. Acho super interessante o fato de pessoas se darem ao trabalho de fabricarem roupas parecidíssimas com a dos personagens que mais admiram para representá-los no meio de pessoas que não conhece, ou que para representar em alguma competição… eu acho que existe muita coisa aprovietável nesse tipo de evento, principalmente quando se está acompanhado de amigos que te entendem e te aceitam como você é.

Meus amigos que me acompanharam na sexta (Letícia e Wesley)

A Lara e eu tentando ser Lolitas ;D

A Ana e o Capitão Jack Sparrow (cosplay)

Mas, vamos combinar, existe o lado negativo dos eventos, assim como em muitas coisas. Existe um segundo lado.

O probelma são os posers, que falam sem saber do que falam, ou que falam achando que estão arrasando, quando, na verdade, estão apenas falando coisas que é tão sem noção, mas tão sem noção, que ninguém nem aguenta ouvir por muito tempo.

E ainda aparecem pessoas que só querem, sei lá, se vestir de forma estranha, sem entender do que se trata o evento, pessoas que só querem ir lá por conta da movimentação e por conta da tenda eletrônica – aliás, por que aquilo existe? Além disso, aparece ainda emos e membros da família restart… E eu me pergunto: será que esse povo entende o que está acontecendo ali?

Outro problema grande é o preço das comidas e bebidas… Acho que as pessoas poderiam querer explorar menos os pobre otakus. Existe muito lugar por aí que refrigerantes são bem mais baratos do que lá (uma lata de refrigerante por dois e cinquenta me parece super-faturamento no preço do refrigerante).

E ainda aparece empresas – como a de curso de computação gráfica, eu acho – que praticamente tomou conta de todo o espaço. Sei não, acho que o dinheiro dos ingressos já não está ajudando tanto assim, ou o pessoal da organização é que é megalomaníaco mesmo.

Muita gente reclamou da imensa fila para entrar e para a compra de ingressos, eu eu acredito que realmente estava sendo cruel ter que esperar horas parado em pé em uma fila para gastar dezoito reais em um ingresso que já não seria bem aproveitado, porque as pessoas já perderam metade do dia e da paciência enquanto estavam ali, fritando.

Outra coisa que eu não gostei no evento, foi a baixa quantidade de sala de exibições. Só vi uma e não lembro de ter cisto uma sala nostalgia – onde eu passei boa parte do meu tempo durante os eventos anteriores e onde os animes mais “clássicos” são exibidos. E das duas vezes em que eu fui para a Sala de exibição, logo começava Naruto e eu era forçada a sair de lá, por não conseguir mais suportar ver Naruto na fase atual – Naruto Clássico era ótimo, só pra constar.

Não sei como andam os outros eventos otakus no país, por isso não sei se posso generalizar por aqui, então nem vou fazer pra não ser apedrejada depois, também não frequentei o SANA antes de 2008 para poder fazer comparações. Mas a minha (humilde) opinião é a de que as coisas sempre precisam melhorar e o SANA não é exceção.

Voltando para os pontos positivos, acho que os cosplays estavam bons e estavam ruins, mas isso não torna o evento menos divertido, na verdade isso até diverte, porque as pessoas querem ser engraçadas, ou pelo menos se esforçaram para fazer uma coisa decente.

Essa parte dos cosplays é interessante, porque pode ser a materialização do cara perfeito na sua frente e isso é completamente interessante. Surtos e ataques fangirls são super-válidos para aquele cara que estava com um cosplay decente de um personagem que é o alvo da paixão de muitas garotas por aí (mas pode ser o contrário também, meninos, não se sintam exlcuídos). Ou pode ser a materialização de um sonho idiota de ver dois personagens juntos, como aconteceu comigo, enquanto eu via a apresentação dos cosplays da garota que fazia Nico Robin e o garoto que fez o Roronoa Zoro, ambos de One Piece, em uma cena nada inocente ou não sem qualquer conotação romântica – no meu ponto de vista.

Aliás, esse grupo de cosplay de One Piece estava muito bom. Mas voltando…

Acho também que depende de cada um. As pessoas podem fazer um evento que tinha tudo para ser ruim se torne bom, ou vice-versa. Exemplo: achei o sábado uma coisa meio tensa, não consegui me divertir muito, mas o domingo, justo o dia em que estava mais lotado e tinha tudo pra ser ruim, foi quando eu acabei me divertindo mais, pelas coisas que eu e minhas amigas fizemos e talvez pelo fato de estarmos juntas, vendo, comentando, sorrindo, gritando, enfim, fazendo a coisa valer a pena.

Bom, acho que o recado foi dado. Eu escrevi mais do que gostaria em um tempo incomum – foi bem rápido, tanto que é o terceiro post do dia.

É isso por hoje.

2 pensamentos sobre “Eventos Otakus/SANA

  1. Luis Felipe disse:

    Na verdade aqui em Brasília os eventos de cultura japonesa tb seguem essa direção. Cada vez temos mais tendas não relacionadas ao evento (Como é o caso de Computação Gráfica e olha que eu sou aluno de computação gráfica… Só para constar, a tenda de CG era da Saga?)

    Eu frequento desde que tinha 14 anos (hje tenho 21) e muito do que os eventos eram, se perdeu, pois o excesso de atrações não relacionadas com a cultura japonesa em si, acaba atraindo todo o tipo de público! Lógico que isso tem um lado bom e um lado ruim.

    O que acontece aqui em Brasília que tira um pouco a graça desses eventos, não são as novidades, mas o fato de darem muita atenção para essas novidades, faz com que as atrações mais antigas sejam deixadas de lado (Concurso de ilustração, dubladores de anime, exibição de desenhos, campeonatos de videogame)

    É a tendência, quanto mais dinheiro melhor para quem realiza o evento! Infelizmente.

    • Natalia disse:

      Infelizmente mesmo essa parece ser a nova tendência desse tipo de coisa. Os otakus meio que estão perdendo espaço, porque eles querem crescer cada vez mais e atrair cada vez mais gente, independente de ser esse o “objetivo principal” ou não… Uma tristeza, já que quando a coisa era mais para otakus ela era bem melhor, porque tinha mais salas de exibição, mais coisas voltadas para otakus.

      Enfim, a tenda de CG (que, aliás, era bem mais que uma tenda já que ocupava mais de 50 % de um dos pavilhões – o maior deles) era da Gracom… Agora, não faço ideia se é uma empresa local – o que eu duvido, mas, enfim.

      Espero que as coisas melhorem – embora eu duvide disso também.
      ._.

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