Essa mulher chamada Akira Amano

Então, eu realmente nem lembrava que hoje era dia da mulher, até que meu pai, meio alegre demais por conta de uma dose de álcool (não façam isso em casa, guys), veio todo alegre e tal me desejar parabéns e fazer piadinha com a minha cara (detesto as piadinhas dele). Enfim.

Aí eu pensei: “Eu devia fazer alguma coisa para o blog“. E de repente, ou não tão de repente assim já que eu estava olhando algumas… coisas de Reborn (sem detalhes), eu lembro que queria escrever sobre Katekyo Hitman Reborn e sobre o fato de que é criação de uma mulher. Uno o útil ao agradável e voilà.

Depois da minha doce (ou não) trajetória, aqui estou eu para falar dela, Amano Akira (ou Akira Amano? Juro que já nem sei mais), a pessoa que idealizou, criou, desenhou, escreveu e tudo o mais… Bom, a pessoa que eu acho que vou admirar a minha vida toda por ter criado Katekyo Hitman Reborn e todos aqueles personagens.

Eu podia falar de diversas mulheres. Eu podia falar de Maria, mãe de Jesus, já que sou católica. Eu poderia falar do quanto eu amo a Richelle Mead e a Meg Cabot por serem escritoras das porcarias açúcaradas que eu mais adoro, eu poderia falar da J. K. Rowlling por ter criado aquela coisa incrível que é Harry Potter e todo aquele universo, eu poderia falar de qualquer jogadora de Volei da seleção brasileira, eu poderia falar de ficwriters cujas histórias me fazem feliz, eu poderia falar da minha mãe, das minhas primas, das minhas tias, das minhas avós com suas porradas de filhos, eu até poderia falar das minhas amigas (mesmo que às vezes elas estranhem terem os nomes aqui, certo, Lara?). E eu não vou fazer isso, porque ainda estou aturdida com o fato de Reborn ser dela.

Não que todas as outras pessoas que eu citei aqui não sejam importantes. Cada uma tem sua importância, sim. E talvez, numa outra ocasião, eu até fale delas. Mas agora é um outro momento.

Por que Amano Akira?, você me pergunta.

E eu te respondo da forma mais bajuladora que consigo: Porque ela é uma japonesa, mangaká, que não escreve shoujos e sim um shounen (muito bom diga-se de passagem), que não esquece dos fanservices em sua obra (principalmente para as garotas, eu acho… ou eu vejo na maioria das vezes o fanservice para garota por que eu sou uma?), que coloca comédia, lutas, momentos de cortar o coração, que criou as coisas mais lindas que eu já vi até agora (Gokudera, Yamamoto, Dino, Ryouhei, Spanner, Gamma, Squalo, Xanxus, Mukuro entre outros) e que me fez assistir a uns setenta episódios de um anime em uma semana (se não menos), coisa que eu não fazia desde que eu via Naruto clássico, quando eu não tinha internet para me distrair. Ou talvez a pessoa que tenha feito isso foi a Lara e a vontade de ler algumas fics…

Ok.

Vemos grandes mangás por aí no mundo, como Bleach, One Piece, Fairy Tail, Naruto e até outros, mas você nunca espera que uma mulher os escreva. Eu pelo menos não esperava. E foi um choque o dia em que eu descobri esse detalhe (tudo bem que eu desconfiava com algumas tendências yaoi*, mas ainda foi um choque…).

Não é como se eu mesma tivesse preconceito com mulheres escrevendo coisas que não são shoujo/romance água-com-açúcar (só eu sei o que tenho lido e escrito nos últimos anos… muitos nada românticos, devo ressaltar). Não é como se eu estivesse inferiorizando uma mulher pelo fato de ela ser mulher e achar que competir com homens que escrevem mangás é perda de tempo.

Não.

É só costume mesmo.

Meu irmão já falou algumas vezes sobre um tal de fitness mental (Natanael, você foi citado) em que você tem que mudar algumas das coisas que são rotineiras na sua vida, porque se não seu cérebro vai se acostumar e ficar acomodado. E foi mais ou menos isso o que acontecia com o meu cérebro.

Então você vê o mangá/anime. Você, seja garoto ou garota. Você acha o primeiro episódio tosco, mas decide se aventurar pelos próximos episódios/capítulos e então você se vê preso na história e não quer mais largar. Porque, no fim das contas, é uma história com tudo o que eu já falei que era. Corrijam-me se eu estiver errada, por favor.

E não se preocupem com tendências yaoi, porque isso não tira o mérito da obra (na maioria das vezes as pessoas nem percebem – um amigo meu que o diga).

Além do fato de ser uma mulher, ainda é uma mulher japonesa. Acho que com todo aquele lance de tradicionalismo japonês e como a mulher era tratada antigamente (sabe-se lá Deus se não existem ainda aqueles que ainda tratam as mulheres como antigamente) não deve ter sido fácil. E a verdade é que eu realmente não entendo de cultura nipônica atual (meu forte é história medieval dos países – não tenho todo o conhecimento sobre todos, obviamente, mas é onde eu mais me destaco em história – mesmo que em história antiga eu também seja boa, modéstia a parte).

Mas, o fato é, se no Brasil que, apesar de ser um país Subdesenvolvido (ou eu deveria falar Em Desenvolvimento?), é um país ocidental, as coisas não são as melhores para nós, então talvez no Japão, com toda sua tradição, também não seja fácil.

O que me faz pensar que mulheres como ela e todas as outras que eu citei anteriormente (por motivos diferentes, mas importantes) deviam servir de exemplo, assim como Joana D’rc, Jane Austen, Carlota Jaquina, Maria Antonieta, Evita Peron, Rainha Elizabeth I, Cleópatra e tantas outras (atualmente a nossa Presidente Dilma também, espero que tenha um bom governo) que tiveram sua cota de importância nesse mundo que muitas vezes foi tido como patriarcal.

Então é isso, eu acho. Só tenho uma última coisa a dizer: Obrigada, Amano Akira, por ter criado essa coisa que é Reborn e continue escrevendo, hahahahah.

Curioso para saber o que é Katekyo Hitman Reborn?

Aqui:

Katekyo Hitman Reborn conta a história de Sawada Tsunayoshi, chamado por seus amigos apenas de Tsuna. Conhecido na sua escola como o “bom-em-nada-Tsuna” Por sua falta de habilidade nos estudos e nos esportes. Tsuna está em seu primeiro ano no colegial e é apaixonado por sua colega de classe: Sasagawa Kyoko. Certo dia em sua casa Tsuna recebe um estranho bebê, chamado Reborn, que se auto intitula um hitman e diz ser seu professor particular para que se torne o próximo líder da máfia Italiana. Família Vongola e a partir daí a vida de Tsuna melhora e passa por dificuldades desde o aparecimento de Reborn.

(Tirado da Wikipédia, obviamente).

Feliz dia das mulheres a todas, mesmo que o dia esteja acabando.

õ/

*Yaoi: Relacionamento homossexual entre dois homens. O termo usado para classificar fics, doujinshis, mangás/animes e tudo o mais.

19 pensamentos sobre “Essa mulher chamada Akira Amano

  1. Karla Cruz disse:

    Maria Antonieta seria importante porque é um ótimo exemplo de como não devemos seguir sua futilidade e Carlota Joaquina para não se seguir sua promiscuidade? =p Ainda acrescentaria as únicas mulheres dentre os Doutores da Igreja: Santa Teresa D’Avila, Santa Teresinha e Santa Catarina de Sena!

    Ah, que bom saber que vocÊ gosta da Idade Média. Posso lhe sugerir uma das melhores medievalistas que tem? Regine Pernoud. Ela pesquisou bastante sobre o tempo. Inclusive tenho um livrinho de Santa Joana D’Arc dela, se quiser. Aqui deixo um texto dela sobre o tema: http://stoa.usp.br/pedrohqb/weblog/65010.html

    • Natalia disse:

      Carlota Joaquina poderia ser uma ninfomaníaca adúltera, mas tinha perspicácia e “personalidade”, era ambiciosa e até violenta, chegando a dar “alguma direção ao marido em assunsto de Estado”. Ela também organizou um partido para tentar tirar as rédeas das mãos do príncipe regente – não que tenha obtido sucesso. Maria Antonieta era egoísta e fútil e teve lá sua participação na paciência (ou seria na degradação dela) motivando revoltas populares. A mulher também não era só defeitos. Era corajosa, tinha personalidade e era leal à família, apesar da chantagem da mãe… Também queria viver do jeito que mais lhe agradava (o que me agrada, de fato)… E vai saber o que as pessoas vão tomar como exemplo? E que ponto das personalidades dessas mulheres elas vão tomar?

      Não digo que essas mulheres sejam consideradas Santas, mas também não são apenas pontos negativos.

      Obrigada pelo texto, lerei *-*

  2. Weslley. disse:

    Não sei se seria muito correto, listar Joana D’rc como uma dessas. Concordo que seu papel bélico fora importantíssimo, mas o motivo dela não me agrada. Ela era esquizofrênica, e tinha alucinações de que deus lhe mandava mensagens, e por isso foi lutar. E eu, infelizmente, não consigo levar isso a sério.

    Eu sempre pensei que Amano akira, fosse homem; sabe quando dão os devidos créditos numa fic, nunca me veio a cabeça de que fosse uma mulher, acho que justamente por ser um shounen. E concordo com você, é super fanservice KHR. Cada excêntricidade de uma personagem, é como se se completasse com outro personagen excêntrico, tipo o Bel e o Fran, meu lado yaoi tá falando alto, e eu tô lutando para não falar moe.

    Devo acrescentar também, alguma defesa aos shoujos. Já viu Pandora Hearts? É um shoujo, dá para se perceber pelo traço, que embora seja bonito às vezes surpreende. Mas a história em si, não é focada no romance; me parece muito mais um shounen, e eu não sei se é mulher ou homem que escreve, prefiro não me arriscar na androginia dos nomes japoneses.

    Ou também, embora seja muito poser, Naruto. Tem lutas e é classificado como um shonen, mas a sentimentalidade envolta no anime e mais o Uchiha e a personagem principal, me faz pensar se não é um shounen-ai.

    Mas eu não estou aqui para discutir classificações. Eu realmente gostei de Reborn! e talvez, agora eu saiba, o porquê de ele ter um jeito diferente, e o porquê de as personalidades das personagens serem tão singulares, e diferentes do que qualquer personagem de um outro anime. As mulheres, com o perdão da palavra, são fodas, e parabéns atrasado pelo dia das mulheres.

    Atenciosamente:
    Weslley.

    • Natalia disse:

      Ok, eu entendo o seu ponto de vista sobre a Joana e o aceito. Sem grandes dramas, sem discussões, Hahaha.

      (E Bel e Fran é a coisa mais linda ever, tenho que falar. xD)

      Sim, sim, já vi Pandora Hearts e eu odiava no começo, mas quando acabou eu percebi que eu até gosto bastante da coisa. Nunca consegui defini-lo bem como shoujo ou shounen, nunca quis saber na verdade, porque eu acho que a grande magia em PH é justamente essa indefinição que me faz pensar bastante, quando não tenho nada melhor para fazer.

      Aliás, muitas vezes gosto bastante quando shoujo e shounen acabam se misturando, como em Naruto mesmo e Pandora Hearts. Acho que torna as coisas mais equilibradas – a vida não é feita só de lutas, lutas, lutas ou romance, romance, romance. Uma lástima que Naruto já não tenha mais a mesma graça, pelo menos para mim, que antes. E também gosto de shoujos, só para constar eu não acabar dando uma impressão errada. ‘-‘

      Bom, agradeço infinitamente pelo comentário e peço mil desculpas pela demora em dar uma resposta.

      Atenciosamente,

      ~ N.

  3. Lara disse:

    mais uma vez eu me sinto estranha por ser citada… mas pelo menos dessa vez eu estava muitissimo bem acompanhada xDD

    Adorei o Post, e adorei as mulheres *-* e eu realmente venero a Amano *-* Só em ter criado o Gokudera, ela já merecia os louros da vitória, mas dai ela vai e faz o Yamamoto, o Ryohei, o Mukuro, o Dino…. [/morri]

    Eu tomo a Carlota joaquina de exemplo, bgs. Principalmente quando o assunto é sapato, a criatura tinha mais de 300 pares *meu sonho*

    Feliz dia da mulher mais que atrasado! (eu nem lembrei dele no dia certo mesmo :x)

  4. bhia_lowe disse:

    Nuss to adorando seu blog.

    Muito bom esse anime descobri ele mes passado e ja to na 5º temporada. Não sabia que era criação de uma mulher, mas para ser tão bom só poderia neh rs

    • Natalia disse:

      Sim, sim, mulheres ahazando nos animes, só podia ser -q. Acabou virando um dos meus favoritos. E eu fico muito feliz de ver que mais alguém assisti tão ou mais rápido que eu. Não queria ser a única praticamente “devorando” os episódios de Reborn. xDD

      Obrigada pelo comentário =D

      ~ N.

      • Yess disse:

        lembro que quando tava vendo o anime,comecei a ver no 39(tinha parado lá)e em cerca de um mês e meio,cheguei no 203.Passava a manhã vendo uns 10 ep por dia.

  5. pri disse:

    eh a akira amano e realmente demais ,ela criou o gokudera que eu adooooro,e o yamamoto,o hibari e a haru,naum precisa dizer mais nada.

  6. Maria Vaz disse:

    ah, eu não acho assim tão complicado, desde que seja uma história boa, Ao No Exorcist também é escrito por uma mulher, mas é verdade que estas têm mais tendência para fazer romance, claro… e KAtekyo tem romance, ela conseguiu misturar os dois ^^

    E não acho que haja machismo no Japão… na cultura deles, a mulher continua a ter os dotes culinários e o dever doméstico, e ela faz com gosto, mas se não tiver jeito, não é discriminada por isso.. e nas escolas japonesas, no ensino básico eles têm aulas de culinária, e deveres doméstico… até a um certo ponto os rapazes também participam, mas agora não sei se os rapazes se mantém na disciplina, ou se só aprendem o básico o.o

    Mas é verdade, é admirável vermos um Shounen tão bom, e até inovador, nas mãos de uma mulher como nós ^^ Força Akira Amano!

  7. joão eddie disse:

    Só para constar, D.Grayman também é um dos maiores sucessos da Shonen Jump e foi criado e feito para Katsura Hoshino, que também é uma mangaká. Realmente mulheres também fazem ótimos mangás!

    • Natalia disse:

      Sim, sim. E, infelizmente, isso é uma coisa que eu só descobri beeeeem depois desse post xDD
      E concordo contigo \o\
      [Embora só tenha começado a ler D Gray-man e tenha parado, esperando pela boa vontade da minha preguiça -_-‘]

  8. ... disse:

    Vou ressucitar o post porque realmente vale lembrar não só D. Gray Man, mas também uma série bem conhecida como um clássico do mundo Shonen e que apesar dos olhares tortos dos fãs conservadores que em maioria nem tem noção de roteiro e qualidade de traço se mostra de longe e melhor de sua franquia:

    Saint Seiya: The Lost Canvas – Meiō Shinwa

    Shiori Teshirogi supera de longe o Masami Kurumada literalmente encobrindo falhas que ele deixou décadas atrás. Além disso mesmo CLAMP (e amito que sou um fã das rainhas do Shoujo) tem seus Shonens (X-1999 e Code Geas são exemplos).

  9. Sara-Hime disse:

    Katsura Hoshino é a mangaka de D. Gray-man que é um shounen maravilhoso. Conheço um monte de mangakas mulheres que escrevem/ desenham shounens maravilhosamente bem, tão bem quanto um homem.
    Hoshino é a melhor na minha opinião. Dá-lhe Hoshino!

  10. Karina Oshiro disse:

    Que surpresa mais que agradável! Estava eu procurando por ‘bolsas nerd sheldon’ e me deparei com este blog…e achar uma matéria sobre meu mangá favorito, não tem preço. xD
    Adorei!! ^^

  11. Anonimo Qualquer disse:

    Eu acho que mulheres tem a capacidade de fazer shounens melhores que os homens fullmetal alchemist, ao no exorcist, d.gray-man, reborn todas as histórias acabam sendo mais profundas, mais complexas no final.

  12. Finalmente achei alguem Que admira tanto o anime/Mangá(os dois são incrivelmente fantásticos por mais que o mangá sej mais bonito visualmente) tanto a criadora desse mangá (que com certeza marcou minha vida de um jeito FANTÁSTICO) tanto quanto eu :3

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