Feminismo x Autopreservação

Então. Fazia algum tempo que eu queria falar sobre isso principalmente depois das festas de fim de ano, porque, sabe como é, é um assunto importante.

Para começo de conversa, vamos a uma definição rápida sobre Feminismo:

“Feminismo é um discurso intelectual, filosófico e político que tem como meta direitos equânimes e uma vivência humana liberta de padrões opressores baseados em normas de gênero. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias advogando pela igualdade para homens e mulheres e a campanha pelos direitos das mulheres e seus interesses.”

Fonte: Wikipédia ;D

Em suma, mulheres corajosas lutaram há muito tempo antes que este blog fosse criado em busca de seus direitos (direito ao voto, direito ao acesso a métodos contraceptivos, direito de contrato, direito de propriedade). Essas mulheres lutaram por aquilo que consideravam certo. Lutaram para não serem só mais um objeto em meio a todos os bens preciosos de homens que muitas vezes não davam valor a elas. Lutaram por proteção, pois muitas delas sofriam violência – e ainda hoje sofrem -, assédio, estupro.

– Pois é.

Muitas mulheres lutaram para conseguirem trabalhar e poderem sustentar sua família e depois brigaram para terem o seu salário igual ao de homens em, no caso, mesmas funções.

As mulheres também lutaram pelo direito de abortar e lutaram para diminuir a discriminação, frutos de anos em uma sociedade machista e opressora.

De fato, é possível perceber a baixa quantidade de mulheres donas de grandes préstimos à história. Os deuses pagãos, em sua maioria, eram voltados ao homem. Desde os tempos remotos, a mulher era, sim, vista como um ser inferior. Que atire a primeira pedra aquela que nunca percebeu isso.

Enfim, onde eu quero chegar com toda essa balela? Muito simples:

Apesar de todo esse discurso feminista, eu estou longe – muito longe – de ser considerada uma feminista. Eu sou mais um tipo acomodado que apenas se adapta às mais diversas situações a que é exposto – o que eu justamente acho horrível. Enfim…

(e eu ainda vou parar de escrever enfim’s)

O caso é que, por mais que as mulheres sejam acomodadas como eu, ou só desinformadas quando o assunto é o movimento feminista, ainda, sim, acredito que haja consciência para perceber durante os mais diversos períodos históricos a baixa participação da mulher no que quer que fosse.

Mulheres são consideradas frágeis, muitas vezes são chamadas de fúteis, outras vezes são frescas, em outro tanto de vezes não são inteligentes e – o pior de todos – é a ridícula frase: “Mulher no volante, perigo constante” (frase com a qual eu concordo, aliás, já que não tenho visto muitas mulheres no volante que sejam boas… Nem eu, embora eu ainda a ache ridícula). E por mais que tenhamos esse rótulo, muitas de nós ainda tentam se sobressair em meio a uma quantidade de machos cheios de testosterona e músculos, com nossa delicadeza e astúcia.

No entanto, existem mulheres que preferem se vender por aí como um tipo de mulher-objeto. Ou mulher-fruta. Somente para… Sei lá para que servem essas babaquices todas. O fato é que muitas mulheres lutaram para serem valorizadas e daí vem outras que não estão nem aí para serem completamente desvalorizadas, jogando trabalho de séculos na fogueira.

Isso está justamente ligado ao assunto do post: ser feminista é uma coisa. Achar que as mulheres devem, pelo menos, se autopreservar é outra.

Embora o instinto de preservação esteja presente nas mulheres que lideraram o movimento feminista.

Acredito que a maioria das mulheres hoje em dia não seja feminista. Sabe, é como eu penso: muitas deles sequer lembram que o movimento existiu ou continuam lutando para manter os ideais do feminismo acesos. Mas existe uma coisa, inerente ao ser humano, que resiste em muitas mulheres pelo mundo: o instinto de autopreservação, que as impede de se desvalorizar ao ponto de, sei lá, andarem seminuas por aí.

Acho que muitas ainda deviam manter esse instinto aceso e não só em standby. Não pelo movimento feminista. Não pelos ideais de mulheres que viveram há muito tempo. Não pelos outros. Mas por si mesmas.

Motivo para o post:

* Ana e Bruno olhavam alguma coisa por aí. Eu olhava CDs perto do Sid. Esperávamos a Karla chegar pra jogar vídeo-game (eu acho… Minha memória é um lixo).

Sid: As mulheres lutaram tanto pelos ideais feministas para virem essas aí e jogarem tudo fora… (Olhando para a capa de um CD)

Eu: Pois é. (Resposta apática de sempre)

(Tudo bem que eu não lembro as palavras exatas do Sid, mas o sentido é exatamente esse).

É isso. Espero que dê pra entender tudo e espero que o post não tenha ficado ofensivo.

;D